21 junho 2006

EM DEFESA DA NATUREZA

Se a teoria de Darwin for verdade para onde estamos evoluindo? Para a destruição?

Quando eu era pequeno adorava sair de casa cedo, ouvir as cigarras que haviam, às vezes eu encontrava cigarras-filhotes verdes, amarelas e azuis que não sei o porque de ter essas cores (eram raras de se ver), mas eu e meus primos e amigos adorávamos caça-las (as adultas). Papagaios, maritacas e araras faziam o seu estardalhaço, os grilos aproveitavam a grama ainda úmida e grilavam numa alegria sem igual, eram amarelos, cinzas, marrons e verdes. Biquinhos e os azulões aos bandos faziam um show, havia também, coleiros, bicos-de-ferro, sabiás e periquitos eram todos passarinhos fáceis de se ver.

Eram tantos beija-flores que as pessoas colocavam bebedouros para eles em suas casas.

Era fácil encontrar frutas nas árvores, abacates, mangas, jacas, pitangas, romãs, jabuticabas, abil e goiabas. E no meio dessas árvores todas é onde encontrávamos os ninhos do pássaros.

No tempo certo as flores do algodoeiro se abria e era tanto algodão levado pelo vento que passava uma impressão de estar nevando.

A tarde brincava com meus primos e amigos na rua, jogávamos bola, íamos no meio do mato caçar grilos e soltávamos pipas, no finzinho da tarde quando o sol começava a se pôr surgia de novo as cigarras, maritacas, papagaios, araras, bicos-de-ferro, coleiros, beija-flores, periquitos, azulões, sabiás e também surgiam os gaviões. Então saíamos do mato com o corpo pinicando e íamos tomar banho.

Já de noite brincávamos na rua de pique-tá e pique-esconde, em meio ao grilar dos grilos e a um monte de vagalumes, não nos preocupávamos com o horário, ficávamos até depois das 23:00hs e íamos dormir, sabendo que o dia seguinte seria igual.

Hoje há poucas cigarras se comparado com antes, as verdes, amarelas e azuis nunca mais foram vistas, raramente quando vejo uma é uma adulta, papagaios, maritacas e araras se tornaram tão raras que se aparecem viram uma atração, grilos ainda há, mas você nunca os vê, porque o mato foi substituído por concreto, agora eles vivem dentro de algumas poucas casas que possuem terrenos que não foram vendidos para a construção de algum imóvel, os biquinhos ainda são vistos aos bandos de vez em quando, mas bando de 9 ou 10, quando antes no mínimo haviam 18, azulões nunca mais foram vistos por mim, coleiros aparecem menos a cada dia, bicos-de-ferro só se fugiu da gaiola de alguém, sabiás procuram ainda umas poucas frutas que surgem nas árvores, periquitos também desapareceram e só são vistos em gaiolas na casa de alguém sem o brilho e alegria da liberdade, os beija-flores aparecem tão aos poucos que só são lembrados através de uma escola de samba, algumas poucas pessoas ainda colocam bebedouros para eles.

O abacateiro morreu, a jaqueira não dá jacas como antes, a pitangueira foi arrancada porque era um “incomodo”, as romãzeiras não dão romãs, abil ninguém mais lembra que nós tínhamos um pé, as jabuticabas resistem e “as mangueiras” foram reduzidas para “a mangueira” e os pássaros não tem mais onde fazer ninhos, talvez por isso haja tão poucos.

A noite não se vê mais os vagalumes que adorávamos caçar e colocar num pote de maionese hellmans e ficar observando.

Nenhuma criança fica mais na rua depois das 22:00hs, que agora está asfaltada e cheia de quebra-molas porque as pessoas ficaram mais apressadas e resolveram acelerar seus carros. Onde está o algodão?

Estas lembranças de um lugar que outrora parecia ser um paraíso era logo ali, em Nilópolis-RJ a cerca de 18 anos atrás, olhando para o ontem e olhando para o hoje eu me pergunto: se a teoria de Darwin fosse verdade para onde estamos evoluindo? Para a destruição? O que vejo é não que estamos evoluindo, mas involuindo..

Isso é o progresso? Acabar com todas as outras espécies como se não importassem?

Hoje quase todos ensinam seus filhos a estudar, usar esse e aquele advento tecnológico mas a maioria esquece de ensiná-lo a admirar as coisas belas da natureza, o por-do-sol, o mar, o verde...

Talvez nossos netos só conhecerão animais em zoológicos, talvez nunca os vejam em contato com a natureza, em seu habitat, estamos tão preocupados em deixar um legado financeiro para eles que esquecemos da coisa mais valiosa deste mundo, ele mesmo.

Futebol na rua foi substituído por futebol em campos alugados, pique-tá e pique-esconde são substituídos por Video-Games, bicicletas são substituídas por scooters e muitas vezes são dadas motos ainda que a pessoa não tenha idade para dirigir e a conversa com os amigos são feitas através de e-mail e chat rooms, o que faz com que as pessoas não sejam mais tão calorosas e que algumas nem dêem assim tanta importância a vida, tirado-a como se nada fosse.

Todos sabemos que a natureza a cada dia que passa é um pouco mais assassinada, mas nenhum de nós se lembra que ela reflete o poder e a dinvindade de Deus, eu consigo ver a glória de Deus quando contemplo as estrelas e vejo como sou insignificante mas não para Ele, vejo a graça de Deus só em contemplar um pôr-do-sol e os maiores prazeres que eu tive em minha vida não vieram do dinheiro, ou porque uma pessoa me deu, vieram do próprio Deus, porque os melhores momentos que eu tive vieram de sua criação, o mundo, as pessoas. E este é o maior legado que eu poderia deixar para meus descendentes, não o dinheiro, mas a vida, não há minha nem a deles, mas a deste planeta.


Apóstolo Paulo falando sobre Deus em Romanos 1:20

Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

Espero quando ter filhos e netos, ainda ter a oportunidade de mostrar a glória de Deus manifestadas nas coisas criadas à eles. E você?

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